Paula Scher




Uma pequena reflexão sobre o episódio 6, da 1º temporada de "Abstract: The Art of Design" da Netflix, que fala sobre a design gráfico Paula Scher. 








        O episódio sobre Paula Scher mostra que a criatividade vem de um longo processo de construção da nossa imaginação, ou seja, não é algo que está inato em nosso consciente. A imaginação e a criatividade das ideias é algo que precisa ser trabalho, repensado, algo que precisa ser empírico para que possamos colocar em prática.
São vários pontos que considerei muito pertinentes, citarei alguns:
Achei interessante quando Scher anda na rua de Nova Iorque e vai apontado alguns “defeitos” nos letreiros, algo que no consciente dela vê o desejo de mudar aquelas tipografias com base nas experiências que ela já vivenciou. Acredito que isso dá para fazer uma relação com a arquitetura, no momento que o arquiteto quando percorre um determinado espaço, também enfrenta essa histeria de ideias em sua mente sobre como poderia ser aquele espaço, pensado de uma outra forma. Ou seja, quando trabalhada, a nossa criatividade aflora e isso é mostrando bem sutilmente ao longo desse episódio  de “Abstract”
Outro ponto interessante é quando Paula Scher afirma que o trabalho é a droga dela, ou seja, é o que vicia ela, é o que a satisfaz. É admirável ver quando alguém está feliz com o trabalho que faz que chega ao ponto de viciar nele. Mas não um vício ruim, pelo que vimos nas cenas é um vício bom, um vício que satisfaz Paula e que a transpõe em um outro mundo, mais agitado do que a da vida dela na sala de pintura com o marido e com o cão. 
Um outro momento bem marcante para mim, é a fala dela sobre que o "Design precisa levar comportamento humano em conta", isto é, uma tipografia de um lugar, de uma palavra ou de qualquer coisa determinada, deve se levar em conta isso, se aquilo vai ser aprovado ou não para as pessoas que serão destinadas. Um ponto bem correlacionado com qualquer área que se comprometa a estar em meio as relações humanas. Esse comportamento se viu aflorado no momento em que ela própria diz que o “design gráfico mudou uma eleição” fazendo alusão ao caso de Palm Beach de 2001, que é uma das maiores residências judaicas da Flórida, porém quem ganhou as eleições foi um anti-semita. Tudo isso foi causado pelo designer gráfico que projetou uma cédula de borboleta  e acabou confundindo os eleitores no momento de marcar em qual candidato votariam. Este acontecimento fica registrado como o designer pode afetar as pessoas e como pode manipula-las também, mesmo que essa não seja a intenção.
Além disso, é interessante como Scher enfrenta as questões dos clientes quando apresenta um produto. Aquele gráfico mostrado, em que a curva sobe, depois desce, depois ascende menos e assim por diante, até quase se equiparar e quase virar uma “assíntota horizontal do eixo x” pode ser aplicado em qualquer profissão. Por mais que estejamos satisfeitos com o trabalho realizado, o cliente sempre colocará um adento, e devemos estar abertos a isso, sendo de convencer ele do contrário ou acatar da melhor forma possível. Scher sabe fazer isso e sabe fechar uma reunião/negócio. 
E por fim fica o questionamento se o hobbie de pintar mapas dos Estados Unidos em que ela apresenta alguns dados do país registrados nas pinturas, contudo em um conceito de mapa mais artístico, seria uma maneira dela se rebelar e/ou se inspirar no pai dela que era cartógrafo e não via esse lado artístico como positivo, era mais das “exatas”. Ela faz o contraponto e coloca os mapas ao modo artístico e transmite uma ideia sobre tal. 
         Achei incrível a complexidade e ao mesmo tempo a refinação dessas obras, demonstrando o quão genuína e humilde e a personalidade de Paula Scher. 




Série da Netflix
Links úteis 

1. Caso de Palm Beach
2. Sobre a Série 
3. Um pouco sobre Paula Scher
4. Estúdio Pentagram 




Atividade da disciplina de Computação Gráfica aplicada à Arquitetura, ministrada pelo professor Guilherme Arruda, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFOP.  

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