HEGEL E A ESTÉTICA


George Hegel foi um filósofo e professor universitário alemão que se dedicou a vários temas. Sua filosofia inclui toda a história, o pensamento e a realidade em um único sistema: Sistema Hegeliano. Entre os temas, pode-se destacar a Estética – ou Filosofia da Arte, termo que Hegel prefere. Nela ele diferencia o belo natural e o belo espiritual. O belo espiritual é superior para Hegel porque provém do espírito uma vez que só o espírito é verdade, nele está a valorização do que é humano e, o belo natural é apenas o reflexo do espírito. Gérard Bras, no texto Hegel e a arte expõe que a ideia do belo é o Verdadeiro, tomado em sua aparência sensível e a Verdade é o conhecimento que o Espírito adquire de si mesmo, ou seja, o belo seria a exposição sensível da Ideia – o conteúdo, conceito - nas obras de arte. Segundo Bras, há também três relações de Ideia para Hegel. A primeira seria a Essência, que seria a ideia primeira; a segunda é a dos Objetos Gerados que é com qual forma geramos essas ideias imaginadas e a terceira é da Aparência como tal, que é quando a ideia se materializa.
Além disso, Hegel sistematiza a formas de arte em diferentes momentos nãos cronológicos, já que segundo ele, todas as artes podem estar presentes em qualquer época. De acordo com Bras, forma de arte estaria atrelada a irredutibilidade e a unidade da arte em seu desdobramento concreto. Para Hegel, a arte é uma forma particular sob a qual o espírito se manifesta.
Arte simbólica é a primeira forma de arte, que é descrita por Hegel como algo que ainda não é arte, e sim uma forma "pré-artística" que não se separou da intuição sensível e cujo modo de expressão repousa sobre símbolos enigmáticos. Nesse estágio encontramos o símbolo da ideia que ainda não encontrou sua verdadeira expressão (pois é uma forma de arte que ainda não realizou o belo). Belo é a ideia. Nela é encontrado, segundo Bras, a arte das religiões naturais e das religiões do sublime, como o zoroastrismo; a arte do grotesco em que a subjetividade se funde com a religião hindu e a arte egípcia, que embora para Hegel a forma não corresponda com o conteúdo, já que por exemplo é representado por figuras antropozoomórficas, o filósofo a considera o símbolo total do simbolismo, já que a título de exemplo a Esfinge representa “o humano esforçando-se para sair da brutalidade para se afirmar como tal”. A arquitetura para Hegel é arte simbólica, pois segundo Bras ela realiza o confronto entre Espírito e Matéria Bruta e erige de um espaço resultando em um crescimento não natural.
A segunda forma de arte para Hegel é a Clássica, que seria onde se dá a perfeita adequação da ideia e da forma. Nesse sentido, para Hegel a arte grega é a perfeita representação disso, pois representa a adequação perfeita da forma e do conteúdo. A escultura é arte clássica, porque segundo Bras “nela se manifesta toda sua independência, a beleza formal do corpo humano”. A técnica é tão perfeita que controla plenamente a matéria sensível e a dobra às ordens do criador. Por exemplo, a escultura de Laocoonte em que é possível verificar todas as expressões corporais da estátua.
            A arte romântica configura como a última forma particular da arte. É para Hegel onde a espiritualidade atinge seu máximo. Na arte romântica prevalece a espiritualidade. A representação do divino, do "reino de Deus" abandona qualquer referência à natureza e a realidade sensível. Segundo Bras, o conteúdo religioso da arte romântica encontra nas histórias bíblicas; exprime assim a universalidade no seu mais alto grau. Para Hegel ultrapassa o conflito entre forma e conteúdo. Esta arte romântica produz obras de grande notório na pintura, música, literatura.
            A arte holandesa é um exemplo da arte romântica. Hegel a eleva, pois de acordo com Gérard Bras, nela é retratado o espírito do povo. Os temas religiosos foram substituídos pelos mundanos. Os pintores holandeses escolheram representar temas que nunca antes haviam sido considerados dignos de serem pintados, como as cenas da vida doméstica e composições com objetos cotidianos, através das visões sociais da época conturbada da reforma protestante. Bras expõe que ela foi a arte da classe média emergente e “o que nos deve encantar é não o conteúdo e sua realidade, mas a aparência”.
            Na pintura holandesa, segundo Hegel se consegue capturar a luz, a sombra, o jogo de cores, emoção da alma de uma personagem. Segundo Bras, “captar o que há de mais fugido e efêmero e torna-lo durável para a percepção na plenitude de sua vida”. Nela o pintor nos põe em presença do resultado da sua subjetividade, já que o artista não está realizando a pintura do objeto e sim do subjetivo dessa essência pictórica e o observador não verá o objeto real e sim a subjetividade do pintor representada na tela, ou seja, para Hegel, observar o quadro é olhar o reflexo do subjetivo (supremacia do Espírito).  Na pintura holandesa Hegel tinha interesse pela arte de Van Eyck, Memling, Rembrandt. Exemplo de uma pintura é a Moça com o Brinco de Pérolas de Vermeer em que o pintor explora o efeito de cores e das texturas dos objetos.

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Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Wilhelm_Friedrich_Hegel#/media/Ficheiro:Hegel_portrait_by_Schlesinger_1831.jpg>.
Acesso em 07 ago. 2019

Texto feito para a disciplina de Estética
Arquitetura e Urbanismo | UFOP
2016.2

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